sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Balanço do Primeiro Ano de Cirurgia

Um pouco mais de um ano se passou após a cirurgia e o balanço deste período pode ser considerado positivo.

Numa visão mais fria, baseada em dados numéricos, foram eliminados 53 kg desde que iniciei o processo, ou seja, 32% do peso total. As taxas de colesterol, triglicérides e glicemia baixaram sensivelmente, apesar de nunca terem sido altas. Segundo o cirurgião a perda de peso em si está um pouco abaixo da média, mas dentro dos parâmetros normais.

Levando para o lado quente, baseado nas sensações, experiências e aprendizados, foi um ano muito rico, onde tive que readaptar minha forma de alimentar, conhecer novos limites do "novo organismo" e reaprender a lidar com as emoções sem o apoio "total" da alimentação. Com tudo isso aprendi também que é fundamental no processo a manutenção de uma atividade física que serve tanto para o corpo quanto para a mente.

Depois de um ano, a cirurgia por si só já não é suficiente para proporcionar perda de peso adicional, sendo necessário entrar outros fatores que nos faz sair da chamada "zona de conforto". Quem nunca fez atividade física deve iniciar, quem já faz deve intensificar; quem ainda não iniciou um processo de reeducação alimentar deve iniciar, quem já iniciou deve começar a controlar e acompanhar mais de perto os resultados.

Estou no grupo de quem precisa acompanhar mais de perto a alimentação e intensificar a prática de atividades físicas, já que a perda de peso "cirurgicamente" já entrou em fase de estagnação - o chamado platô.

Novas metas, novos desafios e um trabalho constante me aguardam! Vamos a elas ! Afinal a cirurgia não pode ter sido em vão !!!





sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Obesidade Cerebral

Indubitavelmente as causas da obesidade passeiam por várias fontes que, combinadas, geram um complexo mecanismo.

Uma destas fontes é o hábito alimentar e o estilo de vida escolhido pelas pessoas obesas que na maioria dos casos, combinam uma baixa atividade física com alta ingestão de calorias.

Quando implantamos um hábito que persiste por algum tempo, um padrão cerebral é gravado e torna-se difícil alterá-lo se necessário.

Medicamentos e a própria cirurgia bariátrica são soluções paliativas, ou seja, atuam sobre o efeito e não sobre a causa do verdadeiro problema. A cirurgia bariátrica deve, como já disse em outros posts, estar associada a uma mudança real de hábitos e formas pensamento.

Antes dizíamos meio que na brincadeira: "Deve-se operar o cérebro e não o estômago!". Essa afirmação ERA brincadeira, pois já existem iniciativas que visam a realização de uma cirurgia no próprio cérebro para combater a obesidade.

Abaixo segue a notícia veiculada no início deste ano a respeito deste assunto:

A grande pergunta é: Esta nova cirurgia atacará o efeito ou a causa da obesidade?

domingo, 23 de fevereiro de 2014

A volta dos que não foram

À volta com o quarto mês de cirurgia bariátrica, com 28 kg eliminados, pude observar um fenômeno tão interessante quanto agradável: Eliminar peso sem vê-lo retornar na semana seguinte ou mês seguinte.

Tão acostumado à rotina de perder peso numa semana "boa" e tornar a ganhá-lo numa semana "ruím", é gratificante vê-los eliminados e não mais readquiridos.

Sei que este processo tem um prazo de validade definido onde, sem um esforço de reeducação neste período, emite um sinal de retorno a todo ou boa parte do peso eliminado.

De qualquer forma, é muito bom vê-los ir sem "nunca" mais voltarem.

Grande abraço!

domingo, 26 de janeiro de 2014

Balanço do Tercerio Mês


Mais um post "técnico", onde coloco dados relacionados aos resultados obtidos após o terceiro mês de cirurgia.

Até então foram eliminados 25 kg, uma média em torno de 8kg por mês. Estou conseguindo me alimentar bem, com inclusão sem restrições de carnes vermelhas habitualmente e derivados de leite, além das vitaminas: companheiras de sempre.

Ainda peco por comer ainda com os olhos: Coloquei outro dia 350 g no self-service e devo ter deixado 150 g no prato. Normalmente, estou comendo em torno de 250 g quando vou ao self-service.

Assim que completou o terceiro mês - a partir de onde poderia retomar a musculação como atividade - me matriculei numa academia e iniciei exercícios aeróbicos e musculação, três vezes por semana.

No início de fevereiro farei novos exames de sangue que levarei para uma consulta individual com a nutricionista.

Começou uma nova etapa deste processo pós-cirúrgico e aqui colocarei os resultados e reflexões colhidos.

Até o próximo post.





sábado, 21 de dezembro de 2013

Parábola do Banco de Areia

Imagine uma guerra e você tomando parte da linha de frente. Imagine agora um grande banco de areia separando as forças contrárias desta grande batalha.

Seu pelotão inicia o avanço e você "protegido" atrás do grande banco de areia; não avança, não recua, não entra em ação!

Caminhando para o outro extremo desta parábola, chegamos à vida real. A guerra sendo a vida e o grande banco de areia sendo nossa zona de conforto. Na zona de conforto não avançamos, não recuamos, não progredimos, apenas estagnamos numa falsa sensação de segurança!

Na vida existem todas as oportunidades de trabalho, crescimento e progresso. Atrás do banco de areia, apenas sensação de segurança e paralisia.

O que nos faz continuarmos escondidos em nossa zona de conforto?

Será orgulho? Mascarado no medo de exposição, medo de se colocar no mundo e se deparar com pontos de vistas diferentes do nosso, outras ideias, outros contextos?

Será baixo autoestima? Sentindo-se incapaz de vencer os desafios, fraco diante dos obstáculos que a vida nos trás?

Será preguiça? Preguiça do trabalho de construção de nossos valores, do burilamento interior, do trabalho que alavanca nossa inteligência?

Qualquer que seja a raiz deste sentimento temos a plena certeza de que o grande banco de areia, nossa zona de conforto, na realidade é uma grande ilusão. É um lugar onde não devemos permanecer por muito tempo, é um lugar onde está  plantada a armadilha do auto-boicote.

A pergunta que fica é: Você está escondido atrás de um banco de areia? Como e quando ele foi construído? Qual o momento de abandoná-lo?

Estas perguntas realizei para mim mesmo diante da cirurgia e cheguei à conclusão que durante vários anos construí esta situação, engordando e engordando gradativamente.

Me escondi atrás da gordura e de minha corpulenta silhueta, escondendo opiniões, ações, emoções e também potenciais.

Orgulho? Baixo autoestima? Preguiça? Tudo isso junto certamente.

E agora? É a pergunta que me faço! Vejo meu grande areal se desfazendo pouco a pouco e junto com esse processo se descortina um novo desafio...

Sair de minha zona de conforto depois de tantos anos ou construir um novo banco de areia.

O desafio está lançado e venho trabalhando para que a primeira opção se concretize em minha vida!


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Adaptação do texto de minha autoria e mesmo título publicado no site Recanto das Letras







domingo, 15 de dezembro de 2013

Retorno com Cirurgião e Primeiros Exames

No dia 02 de Dezembro completei um mês e meio completados da cirurgia, hora de visitar o cirurgião com os primeiros exames laboratoriais. Todos estavam dentro da normalidade, além disso a gordura no pâncreas e no fígado diminuíram sensivelmente, colocando em "doutorês", a esteatose hepática e pancreática antes de grau II agora estão em grau I.

Cada dia que passa reaprendo mais a arte de me alimentar, é realmente um novo modelo de organização, adaptação e aceitação. A redução de peso está constante, porém sofre pequenas estagnações durante certos períodos, talvez pela reação do próprio organismo à perda grande de peso em tão pouco tempo. Reparei também que estou com baixa energia para as atividades rotineiras.

Agora passarei novamente com a equipe em Fevereiro de 2014, primeiro com a nutricionista depois com o Endocrinologista em Maio de 2014. Retornarei com o cirurgião somente após completar um ano de cirurgia, mas, de três em três meses, estarei com algum especialista da equipe avaliando sempre novos exames.

No próximo post farei um balanço após completar 2 meses de cirurgia que será no dia 16 de Dezembro de 2013.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Balanço de um mês e dieta sólida

Completei 1 mês de cirurgia em 16/11/2013 e o balanço final cortou 12 kg do meu peso original, o que se encontra dentro da média esperada para o tipo de cirurgia que realizei (Bypass com derivação Y-Roux). Somente para ilustrar, no primeiro mês, a faixa de perda esperada é entre 7% e 10% do peso original. Estou me sentindo bem mais disposto para as atividades rotineiras, acordo com menos dificuldade e já faço caminhadas sem sentir dores na planta do pé.

No 21o. dia passei à dieta sólida sob orientação da nutricionista especialista neste tipo de acompanhamento. Basicamente devo me alimentar de 3 em 3 horas, beber de 1,5 a 2,0 litros de água diariamente. Bom até aí é uma orientação que serve para todos, o diferencial é quanto aos tipos de alimentos e suplementos que deverão ser priorizados na alimentação.

Neste tipo de cirurgia que diminui o nível de absorção do organismo, dois tipos de nutrientes, em especial, são os mais afetados: o cálcio e o ferro-3 (presente na carne vermelha). Assim, das 14 refeições principais semanais (almoço e janta), 11 devem conter carne vermelha e todos os lanches e o café da manhã deve conter uma porção mínima de carboidrato fibroso (integral) e derivados de leite com baixo teor de gordura (queijos, iogurtes e afins).

Já fiz algumas "artes" que me renderam boas cólicas e dores abdominais, porém, não experimentei o tão comentado e temido "dumping" (ingestão de açúcares). Tentei ingerir queijo gorduroso (provolone) com consequências funestas, bem como alguns salgadinhos de festa assados, leite integral também me causou um certo mal estar (talvez um início de dumping sem maiores consequências).

Estou partindo para o segundo mês de cirurgia e no próximo post já terei retornado com o cirurgião com os primeiros exames laboratoriais.